quinta-feira, 12 de maio de 2016

Os títulos de Maria

Sou romeiro e no seu dia, na multidão mãe querida
Me ajoelho e rezo, Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora da Glória, de Lurdes, de Nazaré (..)
Minha mãe, nossa senhora, somos todos filhos seus
Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus.

Nesta bela música, intitulada “Todas as Nossas Senhoras”, Roberto Carlos expressa de forma simples e poética uma prática comum do Povo católico. Costumamos invocar a Maria, pedir seu auxílio e proteção, com muitos e diferentes nomes. A lista é interminável e tem origens diferentes. Alguns títulos provém da devoção de institutos de consagrados. Por exemplo: NS do Rosário (dominicanos/as), NS Auxiliadora (salesianos/as), NS do Perpétuo Socorro (redentoristas), Mãe três vezes admirável (Shönestad). 

Outros títulos de Maria fazem alusão à experiência de videntes de aparições reconhecidas pela Igreja, como NS de Fátima, NS de Lurdes, NS de Salete e NS de Guadalupe. Há ainda títulos que relembram devoções que se transformaram em dogmas marianos, como Imaculada Conceição e Assunção. Para este último título, há muitas outras invocações, que se desenvolveram em diferentes regiões. NS. da Glória, NS da Boa Viagem (para o céu!) e NS da Abadia traduzem a mesma crença: Maria já está glorificada, de corpo e alma, junto de Jesus na comunhão dos Santos.

Há títulos marianos engraçados, como NS das Cabeças. Trata-se de uma imagem do Brasil colonial, na qual Maria está cercada de cabecinhas de anjos. Ou ainda, NS do Bom Sucesso, que era invocada para que as mulheres não tivessem problemas no parto. E também se usam títulos marianos provenientes de momentos da vida de Maria, como NS de Nazaré, NS da Piedade (Maria com o filho morto no colo), NS das Dores (especialmente a dor da cruz). E, para concluir sem terminar, também se invoca Maria com títulos simbólicos, sobretudo aqueles das Ladainhas, como “Mãe do Bom Conselho”, “Sede da Sabedoria”, “Consoladora dos aflitos”.

Como se vê, a Mãe Jesus é evocada com muitos títulos. Mas isso não pode nos levar à confusão, como se fossem várias santas diferentes. Ou que uma delas fosse mais poderosa do que a outra. Os vários títulos mostram que Maria está pertinho da gente, assumindo o rosto de muitas regiões e culturas, traduzindo o seu amor de várias formas. No dizer de Roberto Carlos, “Somos todos filhos seus! Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus”.