quinta-feira, 13 de maio de 2021

Mensagem atual de Fátima

Há mais de cem anos, no dia 13 de maio de 1917, três pastorzinhos, Jacinta, Lúcia e Francisco, fazem uma experiência espiritual ímpar, de ver Maria glorificada e escutar suas mensagens. As aparições acontecem em maio, junho, julho, agosto e outubro. A última em outubro. Somente cinco vezes.

O núcleo da mensagem das aparições nós poderíamos dizer que hoje em dia consiste  na simplicidade, na conversão e na oração. Três aspectos essenciais. 

(1) A busca da simplicidade de vida, que se traduziu na piedade, na honestidade e na transparência das crianças. 

(2) O apelo à conversão. E hoje em dia quantos apelos de conversão nós precisamos realizar! O Papa Francisco na “Alegria do Evangelho” falava da conversão pastoral da Igreja, uma Igreja em saída, em diálogo com o mundo contemporâneo, que vai ao encontro daqueles e daquelas que mais precisam. Depois ele falou de uma conversão ecológica, tema esse já abordado por João Paulo II, ou seja, nós mudarmos nossa mente, nosso coração, nossas atitudes em relação a nossa Casa Comum. Passar da atitude de dominador e dominadora para aquela de irmão e de irmã.  

(3) A oração. Sintonizar-se com Deus, sintonizar-se com a humanidade que hoje sofre com a Covid-19 e a recomendação especial que os videntes receberam de Maria, para rezarem o rosário.

Além disso, vale citar: a presença materna de Maria, o apelo à paz e o convite à penitência. 

Hoje nós precisamos tomar estes aspectos da mensagem de Fátima e traduzi-los de uma maneira nova, porque já se passaram mais de cem anos. Portanto, me parece equivocado ficar repetindo mensagens que, às vezes, já tiveram sua validade e hoje precisam ser ampliadas. 

E um alerta! Cuidado com os sites e publicações que usam o nome de Nossa Senhora de Fátima para se colocar contra o Papa Francisco, contra a CNBB e para afrontar, de uma maneira indelicada e até vergonhosa, as ações sociais que se desempenham em favor dos pobres e da ecologia. Isso não é ser fiel à mensagem de Fátima. 

Então acolhamos com alegria a boa nova de Fátima. Que Maria venha ao nosso encontro, com carinho, com afeto neste mês de maio e compreendamos que ela sempre nos leva a Jesus. Essa é mensagem de Fátima, essa é a mensagem de Maria de Nazaré que está na Bíblia. Vamos seguir a Jesus com alegria, com espírito de companheirismo e colaboração. Maria vai junto com a gente, como mãe bondosa! 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Companheira de José e mãe de Jesus: Maria no Evangelho de Mateus

Cada evangelista, inspirado pelo Espírito Santo, apresenta para nós a pessoa e a missão de Jesus de maneira própria, considerando a vivência da fé na comunidade onde participa. Mateus, cobrador de impostos, se tornou seguidor de Jesus. Sua comunidade era constituída em grande parte por judeus convertidos ao cristianismo. Ele mostra que o Nazareno é o ungido de Deus, o messias esperado pelo povo que realiza as promessas de Deus. O novo Moisés, que substitui a lei antiga pelas Bem-Aventuranças e o sermão da Montanha (Mt 5-7). 

Na narração da infância de Jesus, Mateus destaca a figura de José, mais do que Maria. José recebe o anúncio do anjo de que sua noiva concebeu do Espírito Santo e então a acolhe como sua esposa (Mt 1,18-24). Ele faz um gesto desprendido de adotar Jesus como seu filho (Mt 1,16). Desde o começo, Jesus é rejeitado pelos poderosos de seu tempo. Os chefes dos sacerdotes de Jerusalém “ficam abalados”, mas nem se mexem para visitar o messias (Mt 2,3-4). Herodes, o rei estrangeiro que domina a nação em nome dos romanos, quer eliminá-lo e ordena a matança de muitas crianças (2,13). Nesse contexto de tanta indiferença e violência, surgem os reis magos. São eles que saem de sua terra para visitar o menino Jesus. Maria e José devem ter ficados surpresos e contentes quando receberam esses estrangeiros e viram os presentes que eles trouxeram.

José protege sua mulher e cuida de seu filho. Como um homem atento e providente, foge da Palestina com eles para evitar o assassinato de Jesus bebê (Mt 2,13-14). Tempos depois, volta com Maria e o menino para Nazaré da Galiléia (Mt 2,21-22). Podemos imaginar, a partir desses relatos tão simples e singelos, o amor que envolve José, Maria e Jesus. Há carinho, atenção e cuidado entre Maria e José, companheiros fiéis por toda a vida. Há afeto para Jesus, dando-lhe as condições biológicas e afetivas para ele se desenvolver. Maria e José viveram juntos a missão de educar Jesus. Ensinaram-lhe a falar, a andar, a amar e ser amado. Para Mateus, Maria é a companheira de José e a mãe de Jesus. E cumpre um importante papel no início de sua vida.

Quando Jesus se torna adulto, José provavelmente já havia morrido. Então, Jesus deixa sua família e seus parentes e parte em missão. O início não foi fácil, e devem ter surgido conflitos com os parentes. E há motivos. Para anunciar o Reino de Deus com liberdade, Jesus começa uma nova família. Não mais aquela ligada aos laços de sangue, mas sim a de seus seguidores, que se empenham em realizar a vontade do Pai (Mt 12,46-50). Como Maria reagiu a esta atitude de Jesus? Como ela percebeu que o Jesus adulto, mestre das multidões e messias do Novo Povo de Deus, pedia uma outra forma de presença? Essa pergunta será respondida  por Lucas. Veja mais artigos nesse blog.