Para você ver, meditar, contemplar e partilhar em comunidade as diferentes atitudes de Maria na Anunciação, retratadas por pinturas clássicas.
segunda-feira, 24 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
Conversa com São José
São José, meu amigo.
Você recebeu um grande presente de Deus:
conviver com sua amada Maria e educar o filho adotivo Jesus.
Quem não gostaria de fazer parte de uma família assim?
Quantas vezes vocês riram juntos, contaram casos, rezaram Salmos, partilharam o pão...
José, companheiro efetivo de Maria nas tristezas e alegrias,
surpresas e desafios da existência.
Jesus aprendeu a ser homem e a ser filho com você.
Quando adulto, com liberdade e alteridade, Jesus pôde chamar a Deus de “Pai”.
Pode parecer pouco, mas é o essencial.
Aliás, você é o ícone do essencial. Do simples, cotidiano, sem alarde.
Consciente de seu lugar e de sua identidade,
acolhe e reverencia com humildade o Mistério.
Nós temos muito o que aprender com você!
(Afonso Murad)
Você recebeu um grande presente de Deus:
conviver com sua amada Maria e educar o filho adotivo Jesus.
Quem não gostaria de fazer parte de uma família assim?
Quantas vezes vocês riram juntos, contaram casos, rezaram Salmos, partilharam o pão...
José, companheiro efetivo de Maria nas tristezas e alegrias,
surpresas e desafios da existência.
Jesus aprendeu a ser homem e a ser filho com você.
Quando adulto, com liberdade e alteridade, Jesus pôde chamar a Deus de “Pai”.
Pode parecer pouco, mas é o essencial.
Aliás, você é o ícone do essencial. Do simples, cotidiano, sem alarde.
Consciente de seu lugar e de sua identidade,
acolhe e reverencia com humildade o Mistério.
Nós temos muito o que aprender com você!
(Afonso Murad)
sexta-feira, 14 de março de 2014
Maria na Campanha da Fraternidade
Certa vez, fui dar uma palestra numa paróquia, no início da
Campanha da Fraternidade. O Doutor Alberto, senhor rico e bem vestido, advogado
famoso na cidade, levantou-se e com voz arrogante falou: “Eu não gosto de
Campanha da Fraternidade. Em vez de acentuar o jejum e a penitência, a Igreja fica
falando de problemas sociais. Eu quero é viver a quaresma, como antigamente”.
Eu entendo o que ele disse. Alguns assuntos das Campanhas da Fraternidade são difíceis de serem traduzidas em atitudes de conversão concretas e visíveis, no cotidiano das pessoas. Os grandes temas sociais por vezes parecem tão complexos e difíceis de resolver, que a pregação da Campanha da Fraternidade pode se reduzir a um tema geral, que não atinge a vida de cada um.
O engano consiste em separar a penitência e a conversão pessoal da mudança social. Na pregação dos profetas, estas duas realidades sempre vão juntas. Na primeira sexta-feira da quaresma, lê-se na liturgia o texto de Isaías 58. O profeta começa recorda a reclamação daqueles que dizem invocar a Deus e não serem atendidos. "Por que jejuamos, e tu não viste? Por que nos humilhamos totalmente, e nem tomaste conhecimento?" Deus responde: “Acontece que, mesmo quando estão jejuando, vocês só cuidam dos próprios interesses e continuam explorando quem trabalha para vocês. O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente” (Is 58,3.6-7).
A originalidade da Campanha da Fraternidade consiste justamente em acreditar que a conversão individual se faz ao mesmo tempo com mudanças culturais, sociais e políticas. Esta convicção já está presente na pregação e na prática de Jesus. No sermão da planície, em Lucas 6,20-28, o Mestre anuncia as “Bem Aventuranças”: felizes são os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos por causa da justiça, pois o Reino de Deus está chegando especialmente para eles. E dirige palavras duras para os gananciosos e injustos. Quando Jesus come com os pecadores e pobres, acolhe cada um deles, mas também anuncia com seu gesto que se inicia uma sociedade que supera a exclusão social e religiosa.
O cântico de Maria, a mãe de Jesus, tradicionalmente chamado de “Magnificat” (Lc 1,46-55), manifesta o mesmo espírito de conversão e mudança das Bem-Aventuranças. Maria começa proclamando a grandeza de Deus que fez nela grandes maravilhas. Mas não se detém somente na sua experiência pessoal. Ela proclama que Deus vai operar grandes mudanças na sociedade, como saciar de bens os famintos e derrubar os poderosos de seus tronos. Maria compreende que a conversão individual e as mudanças estruturais fariam parte do mesmo projeto salvador e libertador de Jesus.
Peçamos a Maria que nesta quaresma ela nos faça melhores, mais bondosos(as), desprendidos(as), livres para servir a Deus, com um coração renovado. E, ao mesmo tempo, que ela nos dê consciência crítica para nos inteirarmos de situações desumanizadoras que clamam por transformação. E a lucidez para empreender iniciativas comunitárias e sociais contra o tráfico de seres humanos, nas suas diversas formas. Assim, a quaresma nos preparará para celebrar, de maneira sempre nova, a vida, morte e ressurreição de Jesus. E neste caminho pascal, Maria vai conosco, abre nossa mente e nosso coração, aponta para Jesus e o seu Reino. Amém!
Afonso Murad
Publicado na Revista de Aparecida – Março 2014.
Eu entendo o que ele disse. Alguns assuntos das Campanhas da Fraternidade são difíceis de serem traduzidas em atitudes de conversão concretas e visíveis, no cotidiano das pessoas. Os grandes temas sociais por vezes parecem tão complexos e difíceis de resolver, que a pregação da Campanha da Fraternidade pode se reduzir a um tema geral, que não atinge a vida de cada um.
O engano consiste em separar a penitência e a conversão pessoal da mudança social. Na pregação dos profetas, estas duas realidades sempre vão juntas. Na primeira sexta-feira da quaresma, lê-se na liturgia o texto de Isaías 58. O profeta começa recorda a reclamação daqueles que dizem invocar a Deus e não serem atendidos. "Por que jejuamos, e tu não viste? Por que nos humilhamos totalmente, e nem tomaste conhecimento?" Deus responde: “Acontece que, mesmo quando estão jejuando, vocês só cuidam dos próprios interesses e continuam explorando quem trabalha para vocês. O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente” (Is 58,3.6-7).
A originalidade da Campanha da Fraternidade consiste justamente em acreditar que a conversão individual se faz ao mesmo tempo com mudanças culturais, sociais e políticas. Esta convicção já está presente na pregação e na prática de Jesus. No sermão da planície, em Lucas 6,20-28, o Mestre anuncia as “Bem Aventuranças”: felizes são os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos por causa da justiça, pois o Reino de Deus está chegando especialmente para eles. E dirige palavras duras para os gananciosos e injustos. Quando Jesus come com os pecadores e pobres, acolhe cada um deles, mas também anuncia com seu gesto que se inicia uma sociedade que supera a exclusão social e religiosa.
O cântico de Maria, a mãe de Jesus, tradicionalmente chamado de “Magnificat” (Lc 1,46-55), manifesta o mesmo espírito de conversão e mudança das Bem-Aventuranças. Maria começa proclamando a grandeza de Deus que fez nela grandes maravilhas. Mas não se detém somente na sua experiência pessoal. Ela proclama que Deus vai operar grandes mudanças na sociedade, como saciar de bens os famintos e derrubar os poderosos de seus tronos. Maria compreende que a conversão individual e as mudanças estruturais fariam parte do mesmo projeto salvador e libertador de Jesus.
Peçamos a Maria que nesta quaresma ela nos faça melhores, mais bondosos(as), desprendidos(as), livres para servir a Deus, com um coração renovado. E, ao mesmo tempo, que ela nos dê consciência crítica para nos inteirarmos de situações desumanizadoras que clamam por transformação. E a lucidez para empreender iniciativas comunitárias e sociais contra o tráfico de seres humanos, nas suas diversas formas. Assim, a quaresma nos preparará para celebrar, de maneira sempre nova, a vida, morte e ressurreição de Jesus. E neste caminho pascal, Maria vai conosco, abre nossa mente e nosso coração, aponta para Jesus e o seu Reino. Amém!
Afonso Murad
Publicado na Revista de Aparecida – Março 2014.
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