Como Maria viveu a experiência da ressurreição de Jesus? Os evangelhos não falam diretamente sobre isso. Podemos imaginar, e com razão, que Maria experimentou os mesmos sentimentos dos outros seguidores de Jesus. Com uma intensidade maior, pois ela é ao mesmo tempo a mãe do Messias e o exemplo dos discípulos-missionários de Cristo.
Todos aqueles que acompanharam Jesus durante a vida pública ficaram
muito tristes com sua morte. Passaram pela noite escura da fé. As esperanças
tinham sumido, como água que escorre pelas mãos. Diziam os discípulos de Emaús:
“Nós esperávamos que ele fosse o libertador. Mas nossos chefes o entregaram à
morte” (Lc 24-20-21). Então, aconteceu algo totalmente novo, que nunca houve
antes: Jesus venceu a morte e estava vivo! (Lc 24,5). Não era a reanimação de
um cadáver, pois um dia este morreria de maneira definitiva. O ressuscitado é o
mesmo Jesus de Nazaré, mas com um corpo glorificado. Por isso, só é reconhecido
à luz da fé (Jo 21,1-12).
Certa vez, os discípulos estão reunidos de portas fechadas!
Eles temem sofrer o que Jesus passou! Então o Cristo ressuscitado vem ao
encontro da comunidade e fica no meio deles, bem pertinho (João 20,19-22). Experiência
semelhante vivem as mulheres que seguiam Jesus: Madalena, Joana e Maria, mãe de
Tiago (Lc 24,1-10). E Madalena, de forma especial, é a primeira anunciar que
Jesus está vivo! (Jo 20,11-18). Olhe a
mudança que acontece com eles.
- Se antes tinham medo, agora se revestem de coragem.
Enfrentam as autoridades religiosas e políticas (At 4,8-13). Embora ameaçados,
eles se negam a obedecer aos chefes judeus. Diz Pedro: “Não podemos nos calar
sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20).
- Quando Jesus morreu, eles ficaram com o coração perturbado.
Era muito difícil viver agora sem o mestre que lhes ensinava um novo jeito de
viver. Então, Jesus ressuscitado lhes dá a paz, a serenidade. E sopra sobre
eles o Espírito Santo, a presença permanente que anima, fortalece, ilumina,
pacifica o coração, e os envia para a missão.
- Por fim, a tristeza dá lugar a uma grande alegria. Um contentamento
que não passa! No lugar das lágrimas nos olhos, do choro incontido, agora vem o
sorriso nos lábios e o brilho no olhar.
A mãe de Jesus viveu tudo isso. Ela, que concebeu, deu à
luz, educou e acompanhou Jesus, sofreu muito com a sua morte violenta. E quando
Cristo ressuscitou, Maria teve a certeza que valeu a pena ter se consagrado a
Deus. Sua coragem foi fortalecida. Ela passou da tristeza à alegria profunda. E
com os doze apóstolos e outras mulheres, Maria recebe o Espírito Santo (At
1,14. 2,1). Que Maria, testemunha da ressurreição, no ensine a viver como novas
criaturas, renovadas pela ação transformadora da Graça (2 Cor 5,17). Amém.