domingo, 18 de agosto de 2019

Assunção: Deus assume e glorifica Maria inteiramente


Por mais que acreditemos na ressurreição e na vida eterna, a morte nos dá medo. A menos que passemos por sofrimento demais no corpo ou na mente, a gente deseja estender o tempo de vida o mais possível. Tantas mortes acontecidas de forma violenta, devido a assassinatos, tragédias e ou doenças graves, especialmente em pessoas mais jovens, nos causam indignação. Na Bíblia se diz que uma pessoa é abençoada quando tem uma existência longa (Is 65,20). Mas precisamos morrer, até para dar lugar para outros viverem na Terra. Assim, a morte faz parte da vida. E cremos que nossa existência aqui na Terra é pequena, se comparada com a Vida Eterna que Deus nos promete.

Jesus, nosso mestre e Senhor, veio para “que todos tenham vida e vida plena” (Jo 10,10). Inaugurou o Reino de Deus, acolheu os pobres e pecadores, curou doentes do corpo e da alma, trouxe uma mensagem de paz e de fraternidade. O próprio Jesus foi vítima de morte violenta, provocada pelas autoridades judaicas. Mas Deus fez de sua morte uma fonte de vida, pois “não maior prova de amor do que doar a vida pelos outros” (Jo 15,13). Com a sua ressurreição, o Cristo glorificado abriu um caminho novo para toda a humanidade. Agora, a morte não tem a última palavra.

Na fé, temos a certeza que estaremos para sempre com Cristo, na comunhão dos Santos. Seremos semelhantes ao Cristo ressuscitado (1 Jo 3,2). Paulo nos diz: “quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rom 14,8). Jesus é o primeiro que passou da morte para uma vida nova, glorificada, que não termina nunca (1 Cor 15,20; Apoc 1,5.17). Como é vida eterna? Paulo explica para os cristãos, usando umas comparações (Veja 1Cor 15,35-44). Os corpos ressuscitarão em Cristo de maneira nova, cheios de luz e vigor, transformados. Aqui a gente experimenta somente a semente. Os frutos, veremos depois.

Na festa da Assunção celebramos que Maria, a Mãe de Jesus, foi totalmente assumida e transformada por Deus, ao final de sua existência. Não sabemos com detalhes como isso aconteceu. Nos ícones orientais se representa a “dormição de Maria”, com sua morte e entrega definitiva a Cristo. Nos quadros ocidentais se pinta o túmulo vazio, cheio de flores, e ela sendo elevada aos Céus. O que podemos afirmar é que Maria já experimenta a ressurreição dos mortos com a sua pessoa inteira, de corpo e alma. 

Ela viveu totalmente para Deus, como mãe e discípula de Jesus, exemplo do cristão que ouve, guarda e frutifica a Palavra (Lc 11,27-28), companheira dos discípulos missionários e mãe da comunidade (At 1,14, Jo 19,26-27). Durante sua existência, semeou somente coisas boas. Agora, junto de Jesus e dos santos e santas, colhe os frutos transformados pela Cristo ressuscitado. Seu corpo glorioso atesta que a promessa feita por Cristo já começou a se realizar na humanidade! Essa é mensagem da assunção, que nos enche de esperança. Vale a pena trilhar o caminho da Vida, da cooperação, da fé, esperança e caridade. O que começa bem, terminará bem. Amém!