domingo, 1 de março de 2020

Maria no documento de Puebla


Os bispos do Continente latino-americano construíram uma história original após o Concílio Vaticano II. 

No Documento de Puebla (1979), Maria é apresentada como Mãe da Igreja (DP 286-291), modelo dos fiéis e da comunidade cristã (DP 292-299), referência para o serviço eclesial à sociedade (DP 300-303). Ela nos conduz a Jesus. Enquanto peregrinamos, Maria será a mãe educadora da fé (LG 63). Ela cuida que o Evangelho nos penetre intimamente, plasme nossa vida de cada dia e produza em nós frutos de santidade. Ela precisa ser cada vez mais a pedagoga do Evangelho na América Latina (DP 290).

Puebla aponta os traços do perfil de Maria, que são orientam homens e mulheres do nosso tempo. Dentre eles, citamos:
(a) Presença feminina, que cria o ambiente de família, o desejo de acolhimento, o amor e o respeito à vida (DP 291);
(b) Fidelidade à palavra dada e companheira de Jesus em todos os caminhos (DP 292);
(c) Doação generosa e cheia de lucidez (DP 292);
(d) Cooperadora ativa e criativa, protagonista da história (DP 293);
(e) Toda de Cristo e toda servidora aos homens e mulheres (DP 294);
(f) Pessoa que articula a contemplação e a missão (DP 294). Assim, Maria “desperta o coração do filho adormecido em cada homem” (DP 295). 

Puebla retoma a afirmação de Paulo VI: “Maria é a discípula perfeita que se abre à palavra e se deixa penetrar por seu dinamismo. Quando não a compreende e fica surpresa, não a põe de lado; mas medita-a e conserva-a. E quando a palavra lhe soa dura aos ouvidos, persiste no diálogo de fé com Deus” (DP 296).
O Magnificat é espelho da alma de Maria. Neste poema a espiritualidade dos pobres de Javé e o profetismo chega ao máximo (DP 297). Em um contexto turbulento, marcado por estruturas que perpetuam a pobreza e a marginalização social, Maria é modelo dos que não aceitam passivamente esta situação e se empenham por mudanças (DP 297,302).

Meus irmãos e irmãs, que Maria nos anime a viver hoje a dimensão social do Evangelho! Amém.