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domingo, 5 de junho de 2016

Maria do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é uma devoção que foi trazida ao Brasil pelos redentoristas. A imagem original veio do oriente, talvez da ilha de Creta, e teria sido criada no século 15. Trata-se de uma pintura bem diferente dos nossos quadros ocidentais. Esse tipo de arte religiosa se chama “ícone”. Os mais conhecidos provem das igrejas de tradição grega e russa.
Este estilo de ícone é chamado de “Mãe de Deus da Paixão”. Ele não representa um fato histórico, nem pretende simplesmente ser como uma fotografia. Ao contrário, apresenta muitos elementos simbólicos, que falam de Jesus, de Maria e de nós cristãos hoje. Os personagens são estilizados. O rosto de Maria parece sério demais para a nossa mente ocidental. Mas quer transmitir serenidade, sintonia com Deus e ternura.

O fundo dourado nos coloca o âmbito do sagrado. Maria e Jesus já estão no céu, glorificados. Como passaram por sofrimentos e dificuldades, eles nos ajudam a vencer as dores da existência humana. As roupas são típicas dos ícones orientais, que lembram mais as vestes litúrgicas do que as vestimentas da palestina naquele tempo. No centro, coloca-se Maria, que olha para nós, como se estivesse nos falando. Com a mão direita, segura a mão de Jesus e também aponta para ele. Tal gesto forte está baseado em outras representações nas quais Maria leva Jesus no colo e sinaliza: “ele é o caminho”. Reaviva também o convite em Caná: “façam o que ele lhes disser”.

Na parte superior do quadro, os anjos Gabriel e Miguel mostram os instrumentos da paixão. Um deles segura a cruz e o outro, a lança e a cana com a esponja ensopada de vinagre (cf. Jo 19,29). Diante desta cena, o menino se assusta e recorre à mãe. Uma de suas sandálias lhe cai do pé. No alto constam algumas letras gregas: “IC XC” são a abreviatura do nome “Jesus Cristo” e “MP ØY”, de “Mãe de Deus”. As letras abaixo dos anjos abreviam seus nomes.

Essa representação nos transmite uma bela mensagem. Maria é chamada do “perpétuo socorro” porque sempre está atenta para nos apoiar. Não nos deixa nunca. Muitas vezes, cada cristão se sente como o menino Jesus no quadro. Tem medo diante das ameaças reais. Perde até a sandália para caminhar em paz. E Maria segura firme na sua mão, dizendo-lhe: confie, meu filho. Eu estou com você. Siga em frente no caminho de Jesus, pois ele é o Caminho!

(Publicado na Revista de Aparecida)

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Os títulos de Maria

Sou romeiro e no seu dia, na multidão mãe querida
Me ajoelho e rezo, Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora da Glória, de Lurdes, de Nazaré (..)
Minha mãe, nossa senhora, somos todos filhos seus
Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus.

Nesta bela música, intitulada “Todas as Nossas Senhoras”, Roberto Carlos expressa de forma simples e poética uma prática comum do Povo católico. Costumamos invocar a Maria, pedir seu auxílio e proteção, com muitos e diferentes nomes. A lista é interminável e tem origens diferentes. Alguns títulos provém da devoção de institutos de consagrados. Por exemplo: NS do Rosário (dominicanos/as), NS Auxiliadora (salesianos/as), NS do Perpétuo Socorro (redentoristas), Mãe três vezes admirável (Shönestad). 

Outros títulos de Maria fazem alusão à experiência de videntes de aparições reconhecidas pela Igreja, como NS de Fátima, NS de Lurdes, NS de Salete e NS de Guadalupe. Há ainda títulos que relembram devoções que se transformaram em dogmas marianos, como Imaculada Conceição e Assunção. Para este último título, há muitas outras invocações, que se desenvolveram em diferentes regiões. NS. da Glória, NS da Boa Viagem (para o céu!) e NS da Abadia traduzem a mesma crença: Maria já está glorificada, de corpo e alma, junto de Jesus na comunhão dos Santos.

Há títulos marianos engraçados, como NS das Cabeças. Trata-se de uma imagem do Brasil colonial, na qual Maria está cercada de cabecinhas de anjos. Ou ainda, NS do Bom Sucesso, que era invocada para que as mulheres não tivessem problemas no parto. E também se usam títulos marianos provenientes de momentos da vida de Maria, como NS de Nazaré, NS da Piedade (Maria com o filho morto no colo), NS das Dores (especialmente a dor da cruz). E, para concluir sem terminar, também se invoca Maria com títulos simbólicos, sobretudo aqueles das Ladainhas, como “Mãe do Bom Conselho”, “Sede da Sabedoria”, “Consoladora dos aflitos”.

Como se vê, a Mãe Jesus é evocada com muitos títulos. Mas isso não pode nos levar à confusão, como se fossem várias santas diferentes. Ou que uma delas fosse mais poderosa do que a outra. Os vários títulos mostram que Maria está pertinho da gente, assumindo o rosto de muitas regiões e culturas, traduzindo o seu amor de várias formas. No dizer de Roberto Carlos, “Somos todos filhos seus! Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus”.