Mostrando postagens com marcador Apresentação de Jesus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Apresentação de Jesus. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Apresentação: Maria oferece seu dom mais precioso

O evangelista Lucas nos conta que quando Jesus ainda era um bebê, com quase dois meses de vida, Maria e José foram ao templo de Jerusalém apresenta-lo Deus (Lc 2,21-38). Trata-se de um ritual do judaísmo, no qual o primeiro filho (primogênito) era consagrado ao Senhor. Esse gesto tão simples foi vivido por Maria e José com intensidade e inteireza. A ida ao templo significou a consagração comunitária deles a Deus. Eles assumiram a missão de amar e educar Jesus. E acompanhar seu desenvolvimento humano e espiritual, até que ele se tornasse adulto. 

Ao mesmo tempo que Maria oferece Jesus ao Pai, ele também se oferece. Renova o seu “sim”, pronunciado na anunciação: “eis aqui a servidora do Senhor! Faça-se em mim segundo a Sua palavra” (Lc 1,18). Eis aí o seu dom, o mais precioso. No canto de ofertório da missa “Maria, mãe da Igreja”, se diz: “Sobe a Jerusalém, virgem oferente sem igual. Vai, apresenta ao Pai teu menino, luz que chegou no Natal”. E o final, proclama: “culto agradável a Deus é fazer a oferta do próprio coração”. Assim fez Maria.

Os pais se encantam com as crianças recém-nascidas. Cada movimento novo, cada descoberta, cada novo gesto, como dar um sorriso, reconhecer seu nome, mexer as mãos e os pés, é saboreado. Se você é pai ou mãe, avô ou avó, sabe como um bebê desperta em nós profundos sentimentos de cuidado, de atenção e também de preocupação. Ele vai crescer com saúde? O que será dessa criança? O que o futuro lhe reserva? Maria também deve ter provado esses sentimentos. Então, na apresentação ela reafirma sua confiança em Deus, para vencer o medo. E há motivos para temer. 

No templo, Maria e José encontram o velho Simeão, que toma o bebê nos braços, louva a Deus e anuncia profeticamente que Jesus será o salvador de todos os povos. Mas, atenção! Ele também vai provocar conflitos. E a própria Maria vai sofrer com isso (Lc 2,33-35). Simeão abençoa o jovem casal! Como essa bênção foi bem-vinda, pois é a força de Deus que atua na gente. Por fim, Maria e José encontram a profetiza Ana, também idosa e sábia, que dá graças a Deus pelo nascimento de Jesus, o futuro libertador do povo (Lc 2,36-38).

Quando celebramos a festa de Apresentação, no dia 2 de fevereiro, recordamos o gesto de José e de Maria, de se oferecerem totalmente a Deus, para amar, educar e acompanhar Jesus. Também nós somos convidados a renovar a nossa consagração a Deus e a seguir Jesus com intensidade e inteireza. Amém.

sábado, 17 de junho de 2017

Ofertar para multiplicar: apresentação no Templo

Lucas 2,21-23 narra a ida de José, Maria e o bebê Jesus a Jerusalém. Por volta de 40 dias depois do nascimento do filho mais velho (primogênito), a mãe e o pai deviam ir ao templo de Jerusalém oferecer o filho a Deus. Levavam também a oferta para o sacrifício religioso, que normalmente era um cordeirinho. Mas, como Maria e José eram pobres, ofereceram somente dois pombinhos (v.24). No Templo, a família de Nazaré encontra o velho Simeão (v.25-35) e a profetiza Ana (v.36-38). Ambos representam o antigo povo de Israel, que acolhe com alegria e esperança o messias. Simeão profetiza que Jesus será causa de contradição, revelará o que está escondido no coração das pessoas e a própria Maria sofrerá na carne um grande conflito, devido às exigências de Jesus (v.34-35).

O gesto não visava somente cumprir um preceito legal. Quando Maria vem com Jesus e José ao templo, ela oferta a si própria a Deus. Carregando o bebê no colo, Maria se apresenta diante do Senhor com generosidade. Ela renova o compromisso que tinha feito com Deus, na anunciação. Pois as opções mais profundas na vida, mesmo se feitas uma vez para sempre, precisam ser renovadas e reafirmadas. Era como se Maria dissesse a Deus: Eu aceitei Teu chamado, e Teu filho se faz carne na minha carne. Obrigada! Agora, eu e José assumimos o compromisso de amá-lo e educá-lo. De Ti recebemos a graça desta criança. A ti oferecemos esta criança, como uma dádiva”.

L. Palú e R. Pelaquin, expressaram de forma poética a postura de Maria e José:
Nossa Senhora vai, por entre o povo/ À luz do sol, à luz das profecias.
Leva nas mãos o seu menino lindo/ No coração, certezas e agonias (alegrias).
E cada vez que eu abro as mãos, feliz/ Para ofertar com gosto o coração.
Eu me enriqueço, o mundo se enriquece/ Renovo o gesto da apresentação.
Leva seu filho ao Templo/ E o sacerdote ofereceu Jesus ao Pai da Luz
Maria ergueu suas mãos em prece/ que nunca mais ficaram sem Jesus.

Quando oferecemos a Deus nossos dons, trabalhos, conquistas e esperanças, recriamos o gesto da apresentação de Maria. Enriquecemos a nós mesmos, à sociedade e ao mundo. As mãos de Maria, que simbolizam a disposição livre de se engajar na causa de Deus, sempre estão com Jesus. Ela não o retém. Entrega-o a Deus e a nós.

Que Maria educadora nos ensine a surpreendente lógica do evangelho: quando partilhamos o que somos e temos, Deus multiplica as sementes e os frutos.

Afonso Murad - Folheto O Domingo - Ano Mariano (18/06/17)

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Apresentação de Jesus no Templo

No dia 2 de fevereiro se celebra, em vários lugares do Brasil, a Apresentação do menino Jesus no Templo. Em algumas localidades, transformou-se em uma festa mariana, chamada “Nossa Senhora das candeias”. Parece que o nome deriva de prática piedosa de oferecer velas (candeias) aos santos. O fato é narrado em Lucas 2,11-13. Tratava-se de uma obrigação da religião judaica na época. Por volta de 40 dias depois do nascimento do filho mais velho (primogênito), a mãe e o pai iam ao templo de Jerusalém oferecer o filho a Deus. E levavam também a oferta para o sacrifício religioso, que normalmente era um cordeiro novo. Mas, como Maria e José eram pobres, ofereceram somente dois pombinhos.
No evangelho de Lucas, a importância da cena está no fato de que, ao ir ao Templo, a família de Nazaré encontra a viúva Ana e o velho Simeão. Ambos representam o antigo povo de Israel, que acolhe com alegria e esperança o messias. Simeão profetiza que Jesus será causa de contradição, revelará o que está escondido no coração das pessoas e a própria Maria sofrerá na carne um grande conflito, devido às exigências de Jesus.
No correr dos séculos, quando os cristãos leram novamente este texto de Lucas, descobriram algo mais. O gesto de José e Maria não era somente para cumprir um preceito legal. Quando Maria leva Jesus ao templo, ela oferta a si própria a Deus. Carregando o bebê no colo, Maria se apresenta diante do Senhor com grande generosidade. Ela renova o compromisso que tinha feito com Deus, no momento da anunciação. Pois sabemos, por experiência, que as opções mais profundas na vida, mesmo se feitas uma vez para sempre, precisam ser renovadas e reafirmadas. Era como se Maria dissesse para Deus: Eu aceitei Teu chamado, e Teu filho se faz carne na minha carne. Obrigada! Agora, eu e José assumimos o compromisso de amá-lo e educá-lo. De Ti recebemos a graça desta criança. A ti oferecemos esta criança, como uma dádiva”.
Faz muitos anos eu aprendi uma música sobre a Apresentação, de L. Palú e R. Pelaquin. Ela traduziu de maneira orante e poética o sentido do gesto de Maria e José. Diz assim:
Nossa Senhora vai, por entre o povo/ À luz do sol, à luz das profecias.
Leva nas mãos o seu menino lindo/ No coração, certezas e agonias (alegrias).
E cada vez que eu abro as mãos, feliz/ Para ofertar com gosto o coração.
Eu me enriqueço, o mundo se enriquece/ Renovo os gestos da apresentação.
Leva seu filho ao Templo/ E o sacerdote ofereceu Jesus ao Pai da Luz
Maria ergueu suas mãos em prece/ que nunca mais ficaram sem Jesus.

A grande lição da festa da Apresentação, que serve para cada um de nós, é esta: quando a gente oferece a Deus nossos dons, trabalhos, conquistas e esperanças, recriamos o gesto da apresentação. Enriquecemos a nós mesmos, à sociedade e ao mundo. As mãos de Maria, que simbolizam sua disposição livre de se engajar na causa de Deus, sempre estão com Jesus. Ela não o retém. Entrega-o a Deus e a nós.
Que Maria educadora nos ensine a surpreendente lógica do evangelho: quando dividimos o que somos e temos, Deus multiplica os frutos do nosso trabalho.

Ir. Afonso Murad
(Este texto foi resumido e atualizado para a publicação no ano mariano)