Lucas 2,21-23 narra a ida de José,
Maria e o bebê Jesus a Jerusalém. Por volta de 40 dias depois do nascimento do
filho mais velho (primogênito), a mãe e o pai deviam ir ao templo de Jerusalém
oferecer o filho a Deus. Levavam também a oferta para o sacrifício religioso,
que normalmente era um cordeirinho. Mas, como Maria e José eram pobres,
ofereceram somente dois pombinhos (v.24). No Templo, a família de Nazaré
encontra o velho Simeão (v.25-35) e a profetiza Ana (v.36-38). Ambos
representam o antigo povo de Israel, que acolhe com alegria e esperança o
messias. Simeão profetiza que Jesus será causa de contradição, revelará o que
está escondido no coração das pessoas e a própria Maria sofrerá na carne um
grande conflito, devido às exigências de Jesus (v.34-35).
O gesto não visava somente cumprir um preceito legal. Quando Maria vem com Jesus e José ao templo, ela oferta a si própria a Deus. Carregando o bebê no colo, Maria se apresenta diante do Senhor com generosidade. Ela renova o compromisso que tinha feito com Deus, na anunciação. Pois as opções mais profundas na vida, mesmo se feitas uma vez para sempre, precisam ser renovadas e reafirmadas. Era como se Maria dissesse a Deus: Eu aceitei Teu chamado, e Teu filho se faz carne na minha carne. Obrigada! Agora, eu e José assumimos o compromisso de amá-lo e educá-lo. De Ti recebemos a graça desta criança. A ti oferecemos esta criança, como uma dádiva”.
L. Palú e R. Pelaquin, expressaram de forma poética a postura de Maria e José:
Nossa Senhora
vai, por entre o povo/ À luz do sol, à luz das profecias.
Leva nas mãos
o seu menino lindo/ No coração, certezas e agonias (alegrias).
E cada vez que eu abro as mãos, feliz/ Para ofertar
com gosto o coração.
Eu me enriqueço, o mundo se enriquece/ Renovo o gesto
da apresentação.
Leva seu
filho ao Templo/ E o sacerdote ofereceu Jesus ao Pai da Luz
Maria ergueu
suas mãos em prece/ que nunca mais ficaram sem Jesus.
Quando oferecemos a Deus nossos dons, trabalhos, conquistas e esperanças, recriamos o gesto da apresentação de Maria. Enriquecemos a nós mesmos, à sociedade e ao mundo. As mãos de Maria, que simbolizam a disposição livre de se engajar na causa de Deus, sempre estão com Jesus. Ela não o retém. Entrega-o a Deus e a nós.
Que Maria educadora nos ensine a surpreendente lógica do evangelho: quando partilhamos o que somos e temos, Deus multiplica as sementes e os frutos.
Afonso Murad - Folheto O Domingo - Ano Mariano (18/06/17)
Nenhum comentário:
Postar um comentário