Desde criança,
Lena sonhava em ser mãe. Ninava as bonecas, trocava a roupa delas, colocava-as
na cama para dormir. O tempo passou rápido e Maria Helena se tornou adulta. Fez
um curso técnico de enfermagem e durante muitos anos trabalhou em hospital. Depois,
concluiu o curso superior. Trabalhava com afinco. Descobriu que a realização
profissional também era importante na vida. Casou-se e teve somente um filho.
Os três formavam uma família encantadora. De vez em quando, algum conflito. Mas
as coisas se resolviam. Quando seu filho completou 18 anos, Lena pensou que sua
missão de mãe estava se completando. O rapaz frequentava a faculdade, tinha um
bom emprego e estava namorando. Sem dizer nada pra ninguém, ela se imaginava
como avó, segurando novamente nos braços um bebê, olhando nos seus olhos,
encantando-se com suas descobertas. Então, aconteceu uma tragédia: o filho
único morreu num acidente de carro. Lena e o marido ficaram desolados! Parecia
que Deus lhe havia tirado o dom mais precioso da vida. Por que, para que? Ela
perguntava, sem ter resposta.
Lena pediu muito
a Deus para aceitar esta situação, tão absurda. No aconchego do lar, nas noites
tristes, conversava com o marido: um grande sonho acabou! O que vai ser de mim
agora, como mãe? Em seu trabalho como enfermeira, percebeu como muitas
adolescentes grávidas vinham para fazer o acompanhamento pré-natal. Certo dia,
encontrou uma delas sentada no banco de espera. Aproximou-se, olhou-a nos
olhos. Não precisou muita conversa para perceber como a menina de 14 anos
estava confusa e desemparada. O namorado não assumiu a paternidade. Os pais
queriam expulsá-la de casa. Não tinha emprego nem condições de preparar o
enxoval do futuro bebê. De repente, Lena redescobriu sua vocação de mãe: ela
iria ajudar a menina a reconstruir sua vida. Na semana seguinte Lena começou a
concretizar o novo sonho de mãe. Dedicou um tempo semanal para escutar as
mulheres grávidas e ajudá-las. Conversou com algumas amigas, arrumou um
dinheirinho com a prefeitura, criou um mutirão para recolher material
reutilizado para bebês, como berços e carrinhos. A iniciativa se consolidou com
uma Associação de proteção às adolescentes e mulheres grávidas na sua cidade. Atualmente,
já aposentada, Lena diz: “hoje sou a mãe de muitas mulheres que precisam.
Aprendi a trata-las não como coitadinhas, mas como pessoas que merecem ser
valorizadas. A associação é uma comunidade de mulheres que se ajudam. Quem já
passou pela experiência, fortalece as outras”.
Maria de Nazaré
também sonhava em ser mãe, como era costume no seu tempo. Quando recebeu o
anúncio do anjo de Deus, ficou surpresa e feliz! Após um momento de diálogo e
de reflexão, aceitou com inteireza o convite de Deus. E assim, o Filho de Deus
se fez humano como nós, em Jesus de Nazaré. Maria e José exerceram sua missão
de pais e educadores com muito zelo. Conta-se que José faleceu antes que Jesus partisse
em missão. E quando o mestre caminhava pelas vilas e cidades, com seus
seguidores e seguidoras, Maria ia junto, escutando a palavra, guardando no
coração e frutificando.
Ir. Afonso Murad - Publicado na "Revista de Aparecida"