domingo, 22 de dezembro de 2013

Chorinho de Belém


Salve ó noite silenciosa
em que o chorinho do bebê
nascido de Maria,
como suave canto
ecoou alegremente
nos quatro cantos
da Terra.


domingo, 8 de dezembro de 2013

Prece com Maria Imaculada


Alegra-te Maria, agraciada pelo Deus da Vida (Lc 1,28), mulher cheia de graça, encantada e encantadora.

Contigo cantamos festivamente, homens e mulheres de todos os cantos da Terra, distintos hinos e canções, em muitas vozes. Ação de Graças e espera confiante na vinda do messias. Ao teu lado proclamamos a bondade e a fidelidade de Deus, que fez em ti, como também realiza em nós,  grandes maravilhas (Lc 1,49).

Como o profeta Jeremias, recordamos o projeto de Deus para a humanidade, a graça original: “Antes mesmo de ser formado no útero de tua mãe, eu te conheci e te consagrei” (Jer 1,5).

Com o apóstolo Paulo, oramos: “Bendito Seja Deus, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos em Cristo! Ele nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos e imaculados, no amor” (Ef 1,3s).

Neste dia agradecemos a Deus, pois tu és o sinal da humanidade recriada, que cultiva a inteireza, integra as pulsões e dá sentido ao todos os fragmentos da existência. Em ti, a partir de Cristo, foi superado o existencial negativo que pesa sobre os humanos (pecado original, conforme Agostinho).

Em ti reconhecemos a vitória da graça de Cristo (Rm 5,17), proclamamos a vitória do Bem sobre todas as formas de fragmentação, de falta de rumo e de iniquidade: pessoais, comunitárias e estruturais.

Salve, Imaculada, utopia realizada do sonho de Deus em relação à humanidade!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Maria na nova evangelização (2)

Da Carta Apostólica do Papa Francisco: Maria e a alegria do Evangelho

287. À Mãe do Evangelho vivente, pedimos a sua intercessão a fim de que este convite para uma nova etapa da evangelização seja acolhido por toda a comunidade eclesial. Ela é a mulher de fé, que vive e caminha na fé, e «a sua excepcional peregrinação da fé representa um ponto de referência constante para a Igreja».
Ela deixou-se conduzir pelo Espírito, através dum itinerário de fé, rumo a uma destinação feita de serviço e fecundidade. Hoje fixamos nela o olhar, para que nos ajude a anunciar a todos a mensagem de salvação e para que os novos discípulos se tornem operosos evangelizadores. Nesta peregrinação evangelizadora, não faltam as fases de aridez, de ocultação e até de certo cansaço, como as que viveu Maria nos anos de Nazaré enquanto Jesus crescia: «Este é o início do Evangelho, isto é, da boa nova, da jubilosa nova.

Não é difícil, porém, perceber naquele início um particular aperto do coração, unido a uma espécie de “noite da fé” – para usar as palavras de São João da Cruz – como que um “véu” através do qual é forçoso aproximar-se do Invisível e viver na intimidade com o mistério. Foi deste modo efetivamente que Maria, durante muitos anos, permaneceu na intimidade com o mistério do seu Filho, e avançou no seu itinerário de fé».

288. Há um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto. Nela, vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentir importantes. Fixando-a, descobrimos que aquela que louvava a Deus porque «derrubou os poderosos de seus tronos» e «aos ricos despediu de mãos vazias» (Lc 1,52.53) é mesma que assegura o aconchego dum lar à nossa busca de justiça.

E é a mesma também que conserva cuidadosamente «todas estas coisas ponderando-as no seu coração» (Lc 2,19). Maria sabe reconhecer os vestígios do Espírito de Deus tanto nos grandes acontecimentos como naqueles que parecem imperceptíveis. É contemplativa do mistério de Deus no mundo, na história e na vida diária de cada um e de todos. É a mulher orante e trabalhadora em Nazaré, mas é também nossa Senhora da prontidão, a que sai «à pressa» (Lc 1,39) da sua povoação para ir ajudar os outros.

Esta dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e de caminho para os outros faz dela um modelo eclesial para a evangelização. Pedimos que ela nos ajude, com a sua oração materna, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o nascimento dum mundo novo.

Maria na nova evangelização (1)

Da Carta Apostólica do Papa Francisco: Maria e a alegria do Evangelho

(284) Juntamente com o Espírito Santo, sempre está Maria no meio do povo. Ela reunia os discípulos para o invocarem (At 1, 14), e assim tornou possível a explosão missionária que se deu no Pentecostes. Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora e, sem Ela, não podemos compreender cabalmente o espírito da nova evangelização.

(285) Na cruz, quando Cristo suportava em sua carne o dramático encontro entre o pecado do mundo e a misericórdia divina, pôde ver a seus pés a presença consoladora da mãe e do amigo. Naquele momento crucial, antes de declarar consumada a obra que o Pai lhe havia confiado, Jesus disse a Maria: «Mulher, eis o teu filho!» E, logo a seguir, disse ao amigo bem-amado: «Eis a tua mãe!» (Jo 19, 26-27). 
Estas palavras de Jesus, no limiar da morte, não exprimem primariamente uma terna preocupação por sua Mãe; mas são, antes, uma fórmula de revelação que manifesta o mistério duma missão salvífica especial. Jesus deixava-nos a sua Mãe como nossa Mãe. E só depois de fazer isto é que Jesus pôde sentir que «tudo se consumara» (Jo 19, 28).
Ao pé da cruz, na hora suprema da nova criação, Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe; e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho. Não é do agrado do Senhor que falte à sua Igreja o ícone feminino. Ela, que o gerou com tanta fé, também acompanha «o resto da sua descendência, isto é, os que observam os mandamentos de Deus e guardam o testemunho de Jesus» (Ap 12, 17). 

Esta ligação íntima entre Maria, a Igreja e cada fiel, enquanto de maneira diversa geram Cristo, foi maravilhosamente expressa pelo Beato Isaac da Estrela: Nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui em geral à Igreja, Virgem e Mãe, aplica-se em especial à Virgem Maria (...). Além disso, cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda. (...) No tabernáculo do ventre de Maria, Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, permanecerá até ao fim do mundo; no conhecimento e amor da alma fiel habitará pelos séculos dos séculos.

(286) Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça.
Ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus. Através dos diferentes títulos marianos, geralmente ligados aos santuários, compartilha as vicissitudes de cada povo que recebeu o Evangelho e entra a formar parte da sua identidade histórica (..).