Cada um de nós dirige sua oração diretamente a Deus ou recorre à intercessão dos Santos. As expressões devocionais, como as novenas, ladainhas, a oração do terço (rosário) são livres, de forma que podemos utilizá-las para manter nossa sintonia com Deus. Como Igreja, somos uma comunidade organizada, com ritos e normas. Assim, a oração litúrgica é mais definida do que a devoção, tanto na forma de realizar quanto na disposição do tempo. Há um ciclo anual, que começa com as quatro semanas do advento, passa pelo tempo do natal, segue durante boa parte do ano no “tempo comum”, concentra o apelo à mudança de vida durante os 40 dias da quaresma e celebra a alegria da ressurreição e os seus frutos em 7 semanas, culminando com Pentecostes.
As comunidades locais, na sua prática litúrgica, mantêm fórmulas e elementos comuns, que as caracterizam como católicas, mas também criam novas formas de expressão da fé, a começar de cantos e gestos. Você já participou da liturgia para crianças ou de missa com estilo afro-brasileiro? Elas expressam o jeito típico de rezar de um grupo, como parte da mesma Igreja. Promover a liturgia, simultaneamente católica e inculturada, ajuda a comunidade a celebrar com mais significado.
Na liturgia reformada depois do Concílio Vaticano II, Maria foi recolocada em íntima relação com o mistério de Cristo e da Igreja. No correr do ano litúrgico, há três tipos de celebrações marianas, por ordem de importância: as solenidades, as festas e as memórias. As solenidades, como o nome indica, constituem as celebrações mais importantes, com um sabor especial. Em todo o mundo elas são quatro: Maria, Mãe de Deus (1o de janeiro), Anunciação (25 de março), Assunção (15 de agosto) e Imaculada Conceição (8 de dezembro). Em cada diocese e país, há ao menos uma solenidade. Dentre as festa marianas, recordamos a da Visitação (31 de maio). Existem várias memórias marianas, como: nascimento de Maria (8 de setembro), NS. das Dores (15 de setembro), NS. de Fátima (11 de fevereiro), NS. do Carmo (16 de julho) e NS. Rosário (7 de outubro). Algumas delas são memórias facultativas, ou seja: opcionais. Uma celebração de memória pode ser, para determinada Igreja local ou regional, uma solenidade. Para a América Latina, a memória de Nossa Senhora de Guadalupe (12 de dezembro) se transformou em solenidade, pois ela foi proclamada padroeira de nosso continente. Para o Brasil, Nossa Senhora Aparecida, que era uma memória, foi elevada ao grau de solenidade.
Nas solenidades, festas e memórias de Maria, os padres e as equipes de liturgia devem ajudar a comunidade eclesial a conhecer mais e melhor a mãe de Jesus. Essas ocasiões servem também para relacionar Maria com Jesus e a comunidade cristã.
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