Como Igreja,
somos uma comunidade organizada, com ritos e normas. No correr dos séculos, a
Igreja desenvolveu, no conteúdo e na forma, uma forma própria para fazer
memória, agradecer, pedir, escutar a Palavra de Deus e celebrar a ceia do
Senhor. O culto ganha expressão na liturgia e na devoção.
Na liturgia reformada após o Vaticano
II, Maria foi colocada em íntima relação com o mistério de Cristo e da Igreja. No
Advento, preparamo-nos para a vinda do Senhor, esperando como Maria durante sua
gravidez. No tempo do Natal, alegremente celebramos com ela a encarnação do
Filho do Deus. Ao longo do tempo comum, acompanhamos com Maria a missão de
Jesus, que revela o Pai com gestos e palavras. Durante a quaresma, Maria e
todos os santos se unem a nós para respondermos ao apelo à conversão, à busca
do essencial. Na semana santa, acompanhamos a paixão e morte do Senhor, vivendo
com Maria a “noite escura”. No tempo pascal, com Maria exultamos, pois o Senhor
ressuscitou de verdade e vive glorioso, no Céu e na Terra. Portanto, durante
todo o ciclo litúrgico, mais do que rezar para Maria, oramos como ela e na sua
companhia, na grande corrente da Comunhão dos Santos.
No correr do ano litúrgico, Maria
também ganha destaque. Há três tipos de celebrações marianas, por ordem de
importância: as solenidades, as festas e as memórias. As solenidades, como o
nome indica, constituem as celebrações mais importantes. Em todo o mundo elas
são quatro: Maria, Mãe de Deus (1º jan), Anunciação (25 março), Assunção (15
agosto) e Imaculada Conceição (8 dez). Em cada diocese e país, há ao menos uma
solenidade própria do lugar. Dentre as festa marianas, recordamos a da
Visitação.
Existem várias memórias marianas, como: nascimento de Maria e as
“Nossas Senhoras”, como a das Dores, de Fátima, do Carmo e do Rosário. Algumas
delas são memórias facultativas, ou seja, opcionais. Uma celebração de memória
pode ser elevada à solenidade em determinada região. Na América Latina, NS. Guadalupe
se tornou solenidade, pois foi proclamada padroeira de nosso continente. E
Aparecida, para o nosso país.
Nas solenidades, festas e memórias de
Maria, os padres e as equipes de liturgia devem ajudar a assembleia a conhecer
mais e melhor a mãe de Jesus. E também a relacionar Maria com Jesus Cristo e a
comunidade de seus seguidores.
Afonso Murad
Publicado no Folheto ODomingo
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