Me ajoelho e rezo, Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora da Glória, de Lurdes, de Nazaré (..)
Minha mãe, nossa senhora, somos todos filhos seus
Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus.
Na música “Todas as Nossas Senhoras”, Roberto Carlos
expressa de forma poética uma prática comum do povo católico. Costumamos
invocar a Maria, pedir seu auxílio e proteção, com diferentes nomes. A lista é
interminável e tem origem diversa. Alguns títulos provem da devoção de institutos
de consagrados: NS do Rosário (dominicanos/as), Auxiliadora (salesianos/as), Perpétuo
Socorro (redentoristas), Mãe três vezes admirável (Shönestad). Outros títulos
de Maria vem das aparições reconhecidas pela Igreja, como NS de Fátima, Lurdes,
Salete e Guadalupe. Há aqueles que surgiram de devoções transformadas em dogmas
marianos, como Imaculada Conceição e Assunção. Para este último título, existem
várias invocações. NS. da Glória, da Boa Viagem (para o céu!) e da Abadia
traduzem a mesma crença: Maria já está glorificada, de corpo e alma, junto de
Jesus na comunhão dos Santos.
Há títulos marianos engraçados, como NS das Cabeças.
Trata-se de uma imagem do Brasil colonial, na qual Maria está cercada de
cabecinhas de anjos. Ou ainda, NS do Bom Sucesso, que era invocada pelas mulheres,
no parto. Existem títulos provenientes de momentos da vida de Maria, como NS de
Nazaré, NS da Piedade (Maria com o filho morto no colo), NS das Dores
(especialmente a da cruz). E, para concluir sem terminar, também se invoca
Maria com títulos simbólicos, sobretudo aqueles das Ladainhas, como “Mãe do Bom
Conselho”, “Sede da Sabedoria”, “Consoladora dos aflitos”.
Como se vê,
a Mãe Jesus é chamada com muitos títulos. Mas isso não pode nos levar à
confusão, como se fossem várias santas diferentes. Ou que uma delas fosse mais
poderosa do que a outra. Os vários títulos mostram que Maria, na glória de
Deus, está pertinho da gente. Ela assume o rosto de muitas regiões e culturas, traduz
o seu amor de várias formas. No dizer de Roberto Carlos, “Somos todos filhos seus! Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de
Deus”. É a única Maria, reconhecida e venerada com diferentes nomes.
Afonso Murad - Publicado em O Domingo
Afonso Murad - Publicado em O Domingo