sábado, 7 de setembro de 2019

Nascimento de Maria (8 de setembro)

No Brasil, gostamos de comemorar o aniversário das pessoas da nossa família e dos amigos e amigas. Um simples bolo com as velinhas, muita alegria e a presença de quem amamos, são suficientes para fazer a festa. Tem gente que lembra não somente o dia da morte de pai ou da mãe, mas também a data do seu nascimento. Ah, se ele estivesse vivo hoje, faria 90 anos! Recordar o nascimento dos vivos ou dos mortos é momento de agradecer o dom da vida daquela pessoa e reconhecer seus valores e qualidades.

Conhecemos o dia do nascimento de alguém por causa do seu registro civil. Mas antigamente não era assim. Quando a cristianismo começou a se consolidar, nos primeiros séculos da nossa era, não se sabia exatamente a data do aniversário e da morte de alguém. E havia vários calendários. A Igreja determinou algumas festas litúrgicas dando um novo sentido a algumas datas que já existiam. Por exemplo: o nascimento de Jesus foi fixado em 25 de dezembro, pois era o dia da festa do Deus sol em algumas culturas. Para nós, cristãos, Jesus é a luz de Deus que brilha no mundo!

Outras datas foram estabelecidas a partir de histórias piedosas que circulavam naquele tempo. Mas também aí não havia um calendário fixo. A bíblia começa a contar sobre a mãe de Jesus no capítulo 1 de Lucas. Ali se diz que ela era uma jovem, moradora de Nazaré da Galileia, prometida em casamento a José. Aproximadamente 150 anos depois, surgiu um escrito apócrifo, chamado “Evangelho da infância de Maria”. E logo a seguir, o “Protoevangelho de Tiago”. Esses textos são de autores desconhecidos e tem pouca base histórica. Foram criados para responder a algumas perguntas dos cristãos. Originaram-se de um grupo herege, chamado “gnóstico”. Segundo os gnósticos, a raiz do mal não estava no pecado, e sim na ignorância, no desconhecimento da verdade. Então, o caminho para Deus estava na gnose, ou no conhecimento certo, e não na conversão. Mas seus escritos nos serviram, pois nomearam o pai e a mãe de Maria, como Joaquim e Ana. Apesar dos exageros e dos erros doutrinais, eles contam que desde pequena Maria era uma menina abençoada e iluminada.

Não sabemos exatamente o dia e o ano em que Maria nasceu. Lá pelo século 5 começa no oriente a devoção ao nascimento de Maria. Parece que foi escolhido o dia 08 de setembro porque marcava o início do ano litúrgico em algumas igrejas no oriente. Para nós, hoje, não importa exatamente a data. E sim que, como fazemos com as pessoas que amamos, recordamos com alegria e gratidão que Maria foi bem-vinda a este mundo. Que a missão dela foi bela e inspiradora para homens e mulheres de todos os tempos. Por isso, o dia 08 de setembro é ocasião e agradecer a Deus pela vida e a missão de Maria, que continua viva no meio de nós. Viva Maria, mãe e discípula de Jesus. Viva Maria, nossa mãe e companheira na fé!

Afonso Murad - Publicado na Revista de Aparecida.

Um comentário:

Jaime Tadeu Zoppi disse...

Nossa senhora, a Virgem Maria, aquela pequena mulher, adolescente que vivia às sombras dos acontecimentos da época dela, deve ter passado por aperto fenomenal para explicar sua situação. Mas ela conseguiu superar tudo isso e conduziu sua vida segundo a FÉ. Nossa necessidade é encontrar essa fé que move montanhas. Se a nossa fosse do raminho do grão da areia da praia, já seria suficiente.