Enquanto saber teológico, a marialogia é uma reflexão sistemática, crítica e sapiencial que parte da fé e à fé retorna. É sistemática porque articula e organiza as informações. Sendo crítica, emite um parecer sobre a forma como o cristãos católicos reverenciam Maria, em relação com o conjunto da fé cristã. Visa purificar aquilo que é exagerado ou anacrônico. Por fim, exercita a sabedoria, ao equilibrar a contribuição da tradição com as questões atuais.
A melhor marialogia é aquela que nos ajuda a seguir a Jesus com mais empenho e a compreender melhor aquilo que cremos.
A reflexão teológica sobre Maria se faz como uma escada de três degraus.
(1) No nível básico está o estudo sobre Maria de Nazaré na Bíblia. Os dados bíblicos sobre a mãe de Jesus são imprescindíveis, para não se construir uma marialogia sobre o vazio. Afinal, toda reflexão teológica baseia-se na Sagrada Escritura.
(2) No segundo nível se situam os dogmas marianos, que condensam grande parte da reflexão eclesial sobre ela, sem esgotá-la. Há quatro dogmas católicos sobre Maria: Maternidade divina, virgindade, imaculada conceição e assunção.
(3) O terceiro nível corresponde o estudo sobre o culto à Maria, compreendendo a devoção popular e a liturgia. No âmbito da pastoral, o culto, especialmente nas suas manifestações devocionais, é o aspecto mais visível e pode parecer o único importante.
Os três degraus se relacionam mutuamente, mas há uma prioridade da Sagrada Escritura sobre o dogma e a devoção. Caso contrário, já leremos os textos bíblicos sem nos deixar tocar por eles, e somente confirmaremos o que está proclamado nos dogmas.
A elaboração da marialogia atual exige, em primeiro lugar, uma boa base bíblica. Isso significa conhecer os textos sobre Maria, relacionando-os com o autor bíblico e sua teologia. Em segundo lugar, necessita percorrer a história da reflexão de fé da Igreja, para compreender como surgiram os dogmas marianos, e situá-los em seu contexto.
(1) No nível básico está o estudo sobre Maria de Nazaré na Bíblia. Os dados bíblicos sobre a mãe de Jesus são imprescindíveis, para não se construir uma marialogia sobre o vazio. Afinal, toda reflexão teológica baseia-se na Sagrada Escritura.
(2) No segundo nível se situam os dogmas marianos, que condensam grande parte da reflexão eclesial sobre ela, sem esgotá-la. Há quatro dogmas católicos sobre Maria: Maternidade divina, virgindade, imaculada conceição e assunção.
(3) O terceiro nível corresponde o estudo sobre o culto à Maria, compreendendo a devoção popular e a liturgia. No âmbito da pastoral, o culto, especialmente nas suas manifestações devocionais, é o aspecto mais visível e pode parecer o único importante.
Os três degraus se relacionam mutuamente, mas há uma prioridade da Sagrada Escritura sobre o dogma e a devoção. Caso contrário, já leremos os textos bíblicos sem nos deixar tocar por eles, e somente confirmaremos o que está proclamado nos dogmas.
A elaboração da marialogia atual exige, em primeiro lugar, uma boa base bíblica. Isso significa conhecer os textos sobre Maria, relacionando-os com o autor bíblico e sua teologia. Em segundo lugar, necessita percorrer a história da reflexão de fé da Igreja, para compreender como surgiram os dogmas marianos, e situá-los em seu contexto.
Além disso, para pensar sobre o sentido de Maria, o mariálogo deve relacioná-lo com outros campos da reflexão teológica que falam de Jesus, da Igreja, do mistério do ser humano à luz da fé e de sua salvação (cristologia, eclesiologia, a antropologia teológica e soteriologia). Ou seja, ele(a) passeia pelas disciplinas teológicas e com elas vai tecendo a mariologia.
O grande problema de livros, artigos, sites e blogs de marialogia reside num horizonte teológico estreito, que parece ver somente Maria, com exclusividade e parcialidade. Ora, se você vai escrever sobre Maria no evangelho de Lucas, deve conhecer bem a teologia do terceiro evangelista. Se alguém vai refletir sobre o dogma da Assunção, deve ir a fundo na disciplina teológica da escatologia, que trata sobre o último e definitivo em todas as coisas, inclusive a morte e a ressurreição. Não basta que seja uma reflexão recheada de citações dos Padres da Igreja, dos Concílios e dos Papas. Ela precisa ser consistente e abrangente.
O grande problema de livros, artigos, sites e blogs de marialogia reside num horizonte teológico estreito, que parece ver somente Maria, com exclusividade e parcialidade. Ora, se você vai escrever sobre Maria no evangelho de Lucas, deve conhecer bem a teologia do terceiro evangelista. Se alguém vai refletir sobre o dogma da Assunção, deve ir a fundo na disciplina teológica da escatologia, que trata sobre o último e definitivo em todas as coisas, inclusive a morte e a ressurreição. Não basta que seja uma reflexão recheada de citações dos Padres da Igreja, dos Concílios e dos Papas. Ela precisa ser consistente e abrangente.
Por fim, a reflexão atual sobre Maria está sintonizada com peregrinação existencial e espiritual dos homens e mulheres de hoje. Isso requer do teólogo uma aguçada sensibilidade histórica e dialogal. Ele(a) está atento não somente aos livros publicados, mas também aos fatos significativos e às suas interpretações. Assim, atualiza e reinterpreta os dados bíblicos-teológicos sobre Maria à luz dos sinais dos tempos e de novas práticas eclesiais.
Leia mais em: Afonso Murad. Maria, toda de Deus e tão humana, introdução
Figura: Ir. Anderson, MSC.
4 comentários:
Nós queremos comentar sobre o dogma da Theokos principalmente na questão de saber como uma criatura pode ser a mãe do criador?
Primeiramente o que importa nesse dogma é questão de saber si Maria é a mãe de Deus? Vou começar a minha reflexão repetindo as palvras de santo Agostinho de Ipona:" Deus nos criou sem nós mas,precisa da nossa colaboração para salvar a humanidade". Justamente neste sentido de coloboração na obra da salvação que Maria foi escolhida por Deus para receber o filho seu feito homem(Encarnação).Isto não quer dizer que é Maria que deu à luz ao criador Maria participou na grande mistério da Trindade pela mediação do Filho nascido dela.
Nisso, nós queremos convidar a cada qual fazer o esforço de evitar de cofundir a huilde serva de Deus com qualquer deusa.Ela é criatura como nós mas que soube na sua vida escutar a voz de Deus e se colocou a sua disposição e fez aexperiença de kênosis ou de esvaziamento de Deus na sua vida.É a humildade dela que a tornou o qu ela por nós hoje. É o modelo daquele que quer doar a sua vida e nome do Deus e pelo bem da humanida. Verdadeira modelo de despojamento.
Estou gostando muito da Disciplina de Mariologia.
A disciplina de Mariologia é de fundamental importância, pois nos ajuda a conhecer melhor a pessoa de Maria e sua participação no projeto salvífico. Estou plenamente de acordo com o Professor Afonso Murad quando ele diz no seu vídeo - MARIA EM LUCAS - que muitas vezes a única coisa que sabemos dizer a respeito de Maria é que ela foi a mãe de Jesus. Na minha experiência pessoal assim ocorreu, passei muito tempo imaginando que o evento único e extraordinário na vida de Maria era justamente o fato de ela ser a Mãe de Jesus. Sem desconsiderar tamanho acontecimento, a disciplina de Mariologia nos abre um horizonte maior, mostrando que Maria foi uma mulher que ouviu o apelo de Deus, seguiu a Jesus com perfeição, peregrinou na fé, optou pelos mais necessitados e foi contemplada pelo Espírito Santo. Estas são Características de Maria que valem muito a pena serem conhecidas, aprofundadas e, sobretudo, vivenciadas por cada um de nós.
A disciplina Mariologia é fundamental para melhor compreendermos a função e a participação de Maria na história da salvação, e até hoje nos dias atuais, sem cairmos no maximalismo e no minimalismo. O maximalismo, que tende a colocar o máximo de destaque à Maria de forma exagerada, a tal ponto de esquecermos o nosso grande foco: Jesus Cristo. Enquanto que o minimalismo, que tende a colocar a figura de Maria bem embaixo, destacando ao máximo a figura de Jesus.
Diante te tudo isto, percebi que para fazermos uma boa mariologia, é necessário termos uma boa base bíblica, conhecimento da história dos dogmas, relação com outras disciplinas teológicas: Cristologia, Eclesiologia, Antropologia Teológica e Escatologia; Sensibilidade pastoral: respeito ao povo, mais lucidez e espírito crítico e reconhecer Maria na comunhão dos Santos.
É importante ressaltar que a reflexão teológica sobre Maria se faz como uma escala de três degraus. Num nível básico se situam os dados bíblicos sobre a mãe de Jesus. Eles são imprescindíveis, para não se construir uma mariologia sobre o vazio.
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