terça-feira, 24 de março de 2009

Mariologia - ISTA

4 comentários:

João Ricardo disse...

A maternidade de Maria refere-se ao Deus encarnado. Explicito assim, compreendemos que ela não é mãe da Trindade, mas sim aberta a sua ação. Em outras palavras, é filha predileta de Deus-Pai, dócil acolhedora do Espírito Santo e mãe amorosa do Deus-Filho.
Maria não só é mãe de Jesus de fato, como o é também de propósito. Ela ouviu a palavra de Deus e a colocou em prática (Lc. 8,21). Por isto podemos dizer que ela tornou-se mãe porque ouviu (anuncio = encarnação) e continuou mãe porque praticou (projeto de Deus = seguimento).
Como mãe, ela não deixou de realizar suas responsabilidades maternas. Plagiando Pe. Zezinho “Maria que fez o Cristo falar / Maria que fez Jesus caminhar / Maria que só viveu pra seu Deus.”
Por fim, acrescenta-se a ela sua maternidade espiritual. Ou seja, mãe de toda humanidade por ter sido mãe de Cristo na terra e ter caminhado junto a Igreja nascente e, agora, por estar junto a Ele no céu. Contudo só seremos mesmo filhos (as) desta mãe se seguirmos seu exemplo, pois os bons filhos (as) fazem aquilo que a mãe ensina. E o ensinamento que ela deixa é: a fé e obediência ao Pai, a docilidade ao Espírito Santo e o seguimento a Jesus. Nesta perspectiva, temos que permitir que sua voz ainda ressoe em nosso coração quando ela diz: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo. 2,5). Se ela pede, é com autoridade, pois ela fez.

DIRTCEU PACIFICO disse...

Os dogmas são as verdades da nossa fé, ou seja, tudo aquilo em que nós, católicos, acreditamos e professamos como verdade revelada por Deus. Em se tratando da concepção virginal de Jesus por Maria já era professada pelos primeiros cristãos, e já os Santos Padres nos séculos II e III atestavam sua virgindade perpétua, antes, durante e depois do nascimento de Jesus. Em 649, o Concílio regional de Latrão formulou essa doutrina. Em 431, o Concílio de Éfeso já tinha proclamado Maria como Mãe de Deus. Quase todas as verdades de fé não foram definidas oficialmente uma única vez, mas sim reafirmadas várias vezes, ao longo da história da Igreja.
Hoje na contemporaneidade duas coisas nós precisamos entender: primeiro, que não é necessária uma definição solene para que haja um dogma de fé. Todos os ensinamentos da Igreja merecem igual credibilidade, desde que haja a necessária unanimidade entre todos os bispos e a comunhão com o Papa. A opinião isolada de um teólogo leigo, padre ou bispo não representa a autoridade do Magistério da Igreja.
O segundo ponto importante é que os dogmas não se “criam”, não surgem “do nada”, estabelecendo como obrigatória, a partir de determinada data, uma verdade de fé que até então não era professada. A data da definição de um dogma não significa o “início da validade” de uma verdade de fé. Todas as definições do magistério extraordinário referem-se a pontos da doutrina já de há muito estabelecidos na Igreja e unanimemente professados, e que desde os tempos apostólicos já estavam ao menos implícitos na fé da Igreja, mas que precisam ser solenemente definidos, em determinado momento, diante de dúvidas e controvérsias que surgiram.

Anônimo disse...

E se ela fosse mãe solteira, teria sentido esse dogma?
Um dos grandes problemas no dogma é que desumaniza a Maria, pois este ao pretender que Maria tenha sido imaculada em sua conceição e necessariamente em sua vida também, quer dizer que ela nunca chegou a ser, propriamente falando, uma criatura humana nem viveu uma verdadeira vida humana. Este dogma erradica a Virgem da família humana, e faz de sua vida um fantasma. A despoja, realmente, do fundamento de sua verdadeira grandeza, qual seja a de que, sendo ela uma criatura como todas, embelezou, no entanto, seu caráter e imortalizou seu nome com as virtudes de sua abnegação, de sua piedade e de sua obediência.
Os Evangelhos nos apresentam uma Maria humana, santa e humilde por esforço próprio, o que reclama admiração e respeito, e não uma Maria divinizada.

DIRCEU PACIFICO disse...

E se ela fosse mãe solteira, teria sentido esse dogma?
Um dos grandes problemas no dogma é que desumaniza a Maria, pois este ao pretender que Maria tenha sido imaculada em sua conceição e necessariamente em sua vida também, quer dizer que ela nunca chegou a ser, propriamente falando, uma criatura humana nem viveu uma verdadeira vida humana. Este dogma erradica a Virgem da família humana, e faz de sua vida um fantasma. A despoja, realmente, do fundamento de sua verdadeira grandeza, qual seja a de que, sendo ela uma criatura como todas, embelezou, no entanto, seu caráter e imortalizou seu nome com as virtudes de sua abnegação, de sua piedade e de sua obediência.
Os Evangelhos nos apresentam uma Maria humana, santa e humilde por esforço próprio, o que reclama admiração e respeito, e não uma Maria divinizada.