Introdução
Com a luz do Senhor ressuscitado e com a força do Espírito Santo, nós os bispos da América nos reunimos em Aparecida, Brasil, para celebrar a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe (…) Maria , Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de nós, tem-nos acolhido, tem cuidado de nós e de nossos trabalhos, amparando-nos, como a João Diego e a nossos povos, na dobra de seu manto, sob sua maternal proteção. Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e pedagoga da evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5).
(141) Maria é a imagem da conformação ao projeto trinitário que se cumpre em Cristo. Ela nos recorda que a beleza do ser humano está toda no vínculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de nossa liberdade está na resposta positiva que lhe damos.
Leitura de Cenário: A religiosidade popular
(18) Em nossa cultura latino-americana e caribenha conhecemos o papel que a religiosidade popular desempenha, especialmente a devoção mariana, contribuindo para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos.
(43) O Valor incomparável do ânimo mariano de nossa religiosidade popular reside em fundir as histórias latino-americanas diversas na mesma história compartilhada, que conduz a Cristo, Senhor da vida, em quem se realiza a plenitude da vocação humana.
Com a luz do Senhor ressuscitado e com a força do Espírito Santo, nós os bispos da América nos reunimos em Aparecida, Brasil, para celebrar a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe (…) Maria , Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de nós, tem-nos acolhido, tem cuidado de nós e de nossos trabalhos, amparando-nos, como a João Diego e a nossos povos, na dobra de seu manto, sob sua maternal proteção. Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e pedagoga da evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (cf. Jo 2,5).
(141) Maria é a imagem da conformação ao projeto trinitário que se cumpre em Cristo. Ela nos recorda que a beleza do ser humano está toda no vínculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de nossa liberdade está na resposta positiva que lhe damos.
Leitura de Cenário: A religiosidade popular
(18) Em nossa cultura latino-americana e caribenha conhecemos o papel que a religiosidade popular desempenha, especialmente a devoção mariana, contribuindo para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos.
(43) O Valor incomparável do ânimo mariano de nossa religiosidade popular reside em fundir as histórias latino-americanas diversas na mesma história compartilhada, que conduz a Cristo, Senhor da vida, em quem se realiza a plenitude da vocação humana.
Devoção Popular e Maria
(261) A piedade popular penetra a existência pessoal de cada fiel. Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: (..) um rosário, (..) um olhar a uma imagem querida de Maria...
(262) A fé encarnada na cultura pode penetrar cada vez mais nos nossos povos, se valorizarmos positivamente o que o Espírito Santo já semeou ali.
(262b) A piedade popular é um ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda. É preciso ser sensível a ela, saber perceber suas dimensões interiores e seus valores inegáveis. É necessário evangelizá-la ou purificá-la, assumindo sua riqueza evangélica.
(262c) Desejamos que todos, reconhecendo o testemunho de Maria e dos santos, procurem imitá-los. Trata-se de intensificar o contato com a Bíblia, a participação nos sacramentos e o serviço do amor solidário. Assim se aproveitará o rico potencial de santidade e de justiça social que há na mística popular.
(265) Nossos povos, com sua religiosidade característica se agarram no imenso amor que Deus tem por eles e que lhes recorda permanentemente sua própria dignidade. Também encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria. Nela vem refletida a mensagem essencial do Evangelho.
Nossa Mãe querida, desde o santuário de Guadalupe, faz sentir a seus filhos menores que eles estão na dobra de seu manto. Agora, desde Aparecida, convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo.
Nossa Mãe querida, desde o santuário de Guadalupe, faz sentir a seus filhos menores que eles estão na dobra de seu manto. Agora, desde Aparecida, convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo.
Evangelização inculturada
(300) Deve-se dar uma catequese apropriada, que acompanhe a fé já presente na religiosidade popular. Como: oferecer um processo de iniciação cristã em visitas às famílias, que as conduza à prática da oração familiar, à leitura orante da Palavra de Deus e ao desenvolvimento das virtudes evangélicas.
(300b) É conveniente aproveitar pedagogicamente o potencial educativo da piedade popular mariana. Um caminho educativo que, cultivando o amor pessoal à Maria, educadora na fé, nos leva a nos assemelhar cada vez mais a Jesus Cristo, e provoque a apropriação progressiva de suas atitudes.
(300) Deve-se dar uma catequese apropriada, que acompanhe a fé já presente na religiosidade popular. Como: oferecer um processo de iniciação cristã em visitas às famílias, que as conduza à prática da oração familiar, à leitura orante da Palavra de Deus e ao desenvolvimento das virtudes evangélicas.
(300b) É conveniente aproveitar pedagogicamente o potencial educativo da piedade popular mariana. Um caminho educativo que, cultivando o amor pessoal à Maria, educadora na fé, nos leva a nos assemelhar cada vez mais a Jesus Cristo, e provoque a apropriação progressiva de suas atitudes.
Maria: peregrina na fé
(266) Maria é a máxima realização da existência cristã. Através de sua fé (Lc 1,45) e obediência à vontade de Deus (Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor.
Interlocutora do Pai no projeto de enviar o verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria é o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo e também a colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos.
Sua figura de mulher livre e forte emerge do Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo.
Ela viveu toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e dos discípulos, na incompreensão e na busca constante do projeto do Pai.
(266) Maria é a máxima realização da existência cristã. Através de sua fé (Lc 1,45) e obediência à vontade de Deus (Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor.
Interlocutora do Pai no projeto de enviar o verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria é o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo e também a colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos.
Sua figura de mulher livre e forte emerge do Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo.
Ela viveu toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e dos discípulos, na incompreensão e na busca constante do projeto do Pai.
Maria: mãe da Igreja
(267) Com Maria, chega o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação.
- A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação: concebeu, educou e acompanhou seu filho até a cruz.
- Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo (Jo 19,27).
- Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente.
- Como mãe, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus.
- Em Maria, encontramo-nos com Cristo, o Pai, o Espírito Santo e os irmãos.
(267) Com Maria, chega o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação.
- A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação: concebeu, educou e acompanhou seu filho até a cruz.
- Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo (Jo 19,27).
- Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente.
- Como mãe, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus.
- Em Maria, encontramo-nos com Cristo, o Pai, o Espírito Santo e os irmãos.
Maria e a Igreja materna
(268) Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como nos santuários marianos. Por isso, como Maria, a Igreja é mãe. Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente funcional ou burocrática.
(268) Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como nos santuários marianos. Por isso, como Maria, a Igreja é mãe. Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente funcional ou burocrática.
Maria: missionária e irmã nossa
(269) Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários.
- Ela, da mesma forma como deu à luz ao Salvador do mundo, trouxe o Evangelho a nossa América.
- Em Guadalupe, presidiu com João Diego o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito. São incontáveis as comunidades que encontraram nela a inspiração para aprender a serem discípulos e missionários de Jesus.
- Ela tem feito parte do caminhar de nossos povos, entrando no tecido de sua história e acolhendo as ações mais significativas de sua gente.
- Os diversos nomes e os santuários espalhados por todo o Continente testemunham a presença de Maria próxima às pessoas e, ao mesmo tempo, manifestam a fé e a confiança que os devotos sentem por ela. Maria pertence a eles, que a sentem como mãe e irmã.
(269) Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários.
- Ela, da mesma forma como deu à luz ao Salvador do mundo, trouxe o Evangelho a nossa América.
- Em Guadalupe, presidiu com João Diego o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito. São incontáveis as comunidades que encontraram nela a inspiração para aprender a serem discípulos e missionários de Jesus.
- Ela tem feito parte do caminhar de nossos povos, entrando no tecido de sua história e acolhendo as ações mais significativas de sua gente.
- Os diversos nomes e os santuários espalhados por todo o Continente testemunham a presença de Maria próxima às pessoas e, ao mesmo tempo, manifestam a fé e a confiança que os devotos sentem por ela. Maria pertence a eles, que a sentem como mãe e irmã.
Maria: imagem do seguidor de Jesus
(270) Quando se enfatiza em nosso continente o discipulado e a missão, Maria brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fiel do seguimento de Cristo.
Esta é a hora da seguidora mais radical de Cristo, de seu magistério discipular e missionário.
Maria e a Palavra encarnada
(271) Maria, que “conservava todas estas recordações e meditava em seu coração” (Lc 2,19.51), ensina-nos o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo e missionário.
O Magnificat está tecido pelos fios da Sagrada Escritura. Em Maria, a Palavra de Deus se encontra em sua casa, de onde sai e entra com naturalidade. Ela fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus.
Seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus, seu querer é um querer junto com Deus. Estando intimamente penetrada pela Palavra de Deus, ela chega a ser mãe da Palavra encarnada (JP2).
(270) Quando se enfatiza em nosso continente o discipulado e a missão, Maria brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fiel do seguimento de Cristo.
Esta é a hora da seguidora mais radical de Cristo, de seu magistério discipular e missionário.
Maria e a Palavra encarnada
(271) Maria, que “conservava todas estas recordações e meditava em seu coração” (Lc 2,19.51), ensina-nos o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo e missionário.
O Magnificat está tecido pelos fios da Sagrada Escritura. Em Maria, a Palavra de Deus se encontra em sua casa, de onde sai e entra com naturalidade. Ela fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus.
Seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus, seu querer é um querer junto com Deus. Estando intimamente penetrada pela Palavra de Deus, ela chega a ser mãe da Palavra encarnada (JP2).
O rosário
(271b) Esta familiaridade com o mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor. Mediante o Rosário, o cristão obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da mãe do Redentor”.
(271b) Esta familiaridade com o mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor. Mediante o Rosário, o cristão obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da mãe do Redentor”.
Maria e a solidariedade com os pobres
(272) Com os olhos em seus filhos, como em Caná da Galiléia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade nos discípulos de Jesus.
- Ela indica a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua casa”. Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado.
- Em nossas comunidades, sua forte presença enriquece a dimensão materna da Igreja e a atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão.
(524) A Igreja de Deus na América latina e no Caribe é sacramento de comunhão de seus povos, (..) é casa dos pobres de Deus. Maria é a presença materna indispensável e decisiva na gestação de um povo de filhos e irmãos, de discípulos e missionários de Jesus.
(272) Com os olhos em seus filhos, como em Caná da Galiléia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade nos discípulos de Jesus.
- Ela indica a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua casa”. Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado.
- Em nossas comunidades, sua forte presença enriquece a dimensão materna da Igreja e a atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão.
(524) A Igreja de Deus na América latina e no Caribe é sacramento de comunhão de seus povos, (..) é casa dos pobres de Deus. Maria é a presença materna indispensável e decisiva na gestação de um povo de filhos e irmãos, de discípulos e missionários de Jesus.
Orando com Maria
(553) Ajude-nos a companhia de Maria sempre próxima, cheia de compreensão e ternura.
- Que ela nos mostre o fruto bendito de seu ventre e nos ensine a responder como ela fez, no mistério da anunciação e encarnação.
- Que nos ensine a sair de nós mesmos no caminho de sacrifício, de amor e serviço, como fez na visita a sua prima Isabel, para que, peregrinos no caminho, cantemos as maravilhas que Deus tem feito em nós, conforme a sua promessa.
(554) Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele (..): “Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina” (Lc 24,29) (…) Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!
(553) Ajude-nos a companhia de Maria sempre próxima, cheia de compreensão e ternura.
- Que ela nos mostre o fruto bendito de seu ventre e nos ensine a responder como ela fez, no mistério da anunciação e encarnação.
- Que nos ensine a sair de nós mesmos no caminho de sacrifício, de amor e serviço, como fez na visita a sua prima Isabel, para que, peregrinos no caminho, cantemos as maravilhas que Deus tem feito em nós, conforme a sua promessa.
(554) Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele (..): “Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina” (Lc 24,29) (…) Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!
Ilustração: Ir. Anderson, msc.
Veja a versão integral no site do CELAM.