quarta-feira, 12 de maio de 2010

Missionária e mãe

Partilho com você um texto do Padre Zezinho, neste mês de maio

Não está escrito em nenhum lugar da Bíblia que Jesus enviou Maria em alguma missão. Também não está escrito que não enviou. O que está escrito é que ele, em missão, se fazia acompanhar, coisa rara naquele tempo, também de mulheres missionárias, que mesmo não pregando, estavam lá no grupo com ele e os discípulos. Seguiram Jesus desde a Galiléia para cuidar de suas necessidades( Mt 27,55) O cristianismo começou com homens missionários e mulheres missionárias, já que ser missionário não significa apenas pregar a palavra, mas leva-la e ajudar a leva-la. Elas estavam lá firmes na caminhada, ao pé da cruz, no enterro e na ressurreição. Na sua morte, entre as mulheres, estavam, Maria Madalena, Salomé, Maria, mãe de Tiago,de José, de Simão e de Judas (Mt 13,55; Jd 1,1 ; Mc 15,40) Os filhos desta Maria missionária eram chamados irmãos de Jesus. Mas não era a mesma Maria de José, a mãe de Jesus. Há uma confusão nos evangelhos( Mt 13,55) mas logo depois ela se desfaz em outras passagens quando se atribui aos mesmos um outro pai: Alfeu. Então havia uma Maria de Alfeu e uma Maria de José, esta a mãe de Jesus. As duas, missionárias.

E então? É impensável que Jesus tema chamado estas mulheres para a missão sem ter chamado Maria. Até porque viveram juntos mais de 30 anos e Maria estava lá, firme ao pé da cruz, como estivera firme em momentos importantes da sua vida. E estava lá quando o Espírito Santo veio sobre os presentes. As línguas de fogo não pousaram só nos homens. Nos Atos se lê que o fenômeno aconteceu com todos os presentes.( At 2,4) Lá se lê que entre eles estava Maria, sua mãe, seus “irmãos”que já sabemos que tinham outra mãe e as outras mulheres.(At 1,14) Nossas Igrejas ensinam que o Espírito Santo não vem apenas para os pregadores. Os que estavam lá orando ( At 1,14) eram missionários e todos receberam o Espírito Santo.

Quando pois proclamamos Maria missionária, porque ora com os discípulos e com as outras mulheres, porque que age e intercede pelos outros como nas bodas de Caná, porque não se afasta dele por nada, desde o berço até à cruz, estamos falando da mãe que deu todo o apoio ao filho e com quem ele pôde contar o tempo todo. Se, por anunciarmos Jesus, alguém nos chama de missionários, imaginem Maria! Alguém amou e entendeu Jesus mais do que ela? Entre nós católicos, outubro o mês das missões é também dedicado a ela. Nem podia ser de outra forma...Ninguém foi tão comprometido com ele quanto sua mãe. Acostumemo-nos a vê-la dessa forma. Perto dessa missionária não há católico nem evangélico que não se curve respeitoso... Se título cabe aos apóstolos e a nós cabe também a ela. arCom muito mais mérito e razão.

2 comentários:

pvfranciscanos disse...

Belíssimo blog mariano. Que nossa mãe nos proteja e ampare sempre na sua paz.
Grande abraço.
Frei Alvaci

José Valdo dos Santos Filho - CM disse...

Comentário do texto do Pe. Zezinho, que faz uma menção a Maria, como: “missionária e mãe”

Começo o meu comentário despertando a importância do texto do Pe. Zezinho, no Blog do Irmão Afondo Murad, que faz uma menção no seu artigo o papel importante de Maria, como mãe e missionária na bíblia, (quero aqui chamar atenção, somente a questão missionária de Maria e não o seu papel de mãe). Sem dúvida vale a apena perceber que apesar de sua pouca referência na Sagrada Escritura, mas que são muitos enriquecedores para nós cristãos.
Primeiramente por que a discriminação na época era muito grande em relação a mulher e que hoje, não é muito diferente porém, apesar de mais de dois mil anos atrás, ainda continua essa discriminação em relação à “mulher”. E isso é difícil para algumas pessoas e inclusive alguns teólogos, entender que as mulheres tiveram uma participação mesmo indiretamente, na ação missionária do início da Igreja, na época de Jesus. E Maria estava lá, para apoiar os cristãos a caminhar com seu filho Jesus.
Esse texto do Pe. Zezinho nos ajuda a compreender muitos elementos, entre eles, o que vem à ser missionário, não é só aquele que prega a palavra, mas aquele que age, seja em forma de oração ou qualquer outra participação, na ação evangelizadora, ainda que essa, seja discretamente. Outro fator interessante também é a participação da figura da mulher desde a morte na cruz, até a ressurreição de Jesus que por sinal, percebemos ainda com mais clareza a figura missionária da mulher na bíblia que vem quebrar muitos preconceitos no tempo de hoje e nos estimula, a vivenciar melhor o nosso batismo através da missão, fazendo presença viva do reino de Deus no meio dos pobres.