O que significa a Assunção de Maria? Esta festa celebra que, ao
terminar sua vida aqui na terra, ela foi totalmente assumida por Deus, de corpo
e alma. Não uma simples “viagem ao céu” ou a reanimação de um morto, como Lázaro
(Jo 11,43-44) e o filho da viúva de Naim (Lc 7,13-15). O corpo de Maria foi
transformado por Deus, embora não saibamos os detalhes. Ela já experimenta o
que está prometido para cada um de nós: sermos semelhantes a Jesus ressuscitado
(1 Jo 3,2). Paulo assegurou: se morremos com ele, com ele ressuscitaremos (Rom
6,8). Maria está junto de Jesus, glorificada por inteiro. Deus assumiu e elevou
sua história, o sim renovado, suas ações, a sua pessoa inteira.
O dogma da assunção estimula a fé, especialmente quando o
mal parece destruir as conquistas do Bem. Deus assumiu e transformou tudo de
bom que Maria construiu aqui na terra, inclusive o seu corpo. Olhando para
Maria glorificada, a gente se anima a lutar pelo bem e pela justiça. Mesmo que
a incompreensão e o fracasso pareçam mais fortes, cremos na vitória definitiva
do Cristo ressuscitado. Ele inaugura o “Novo Céu e a Nova Terra”, onde Maria já
está. Lá, Jesus ficará definitivamente juntinho de nós (Fil 1,23). Não haverá
nem morte, nem sofrimento. O Senhor fará novas todas as coisas (Ap 21,1-7).
A assunção de Maria foi o término feliz de seu peregrinar
nesse mundo. Cada vez que ela dava novos passos para seguir a Jesus, para
realizar a vontade de Deus, o Senhor ia assumindo e transformando sua pessoa.
Até que chegou o momento final. Acontece algo parecido com cada cristão. Na
vida de fé, cada novo passo novo corresponde a um dom da parte de Deus. Ele nos
acolhe, toma-nos pela mão, assume-nos e nos transforma. Conforme o Concílio
Vaticano II, Maria assunta ao Céu é a imagem e o começo da comunidade dos seus
seguidores, a ser consumada no futuro. Ela brilha aqui na terra como sinal de
esperança segura e de conforto para o povo de Deus peregrino, até que chegue o
dia do Senhor (Lumen Gentium 68).
Texto: Afonso Murad - Folheto ODomingo
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