Estamos nos preparando para o Natal, neste tempo especial de
Advento. Muita gente se distrai em dezembro, preocupada com os presentes a dar,
como usar o 13º salário, as festas de “amigo secreto”, o que comer e beber. Uma
famosa fábrica de refrigerantes começou a fazer propaganda do Papai Noel em
1931, em revistas populares dos Estados Unidos. Criou-se então a imagem do
velhinho bondoso, vestido de vermelho, trazendo presentes para as crianças. Em
1962 começaram os comerciais na Televisão. Anos mais tarde, essa tendência
chegou ao Brasil e contagiou grande parte da população. Então, a gente se
esquece de Jesus, o grande presente de Deus para nós, nascido na simplicidade
da gruta de Belém. E somos bombardeados por propagandas para comprar, comprar,
comprar... Certa vez, alguém comparou o Papai Noel a Herodes, aquele que não
veio ver Jesus e queria eliminá-lo.
Precisamos cultivar o espírito do natal, que não é o de
consumo, e sim da fraternidade, da alegria que vem de dentro, da noite luminosa
de Belém. Somos como os magos e os pastores, que vão em busca de Jesus, para
adorá-lo. Ali encontramos também José e Maria, que nos acolhem com o coração
aberto.
A festa da Imaculada Conceição acontece no dia 8 de dezembro
e é festejada no Brasil no domingo mais próximo. Propositalmente, ela é
colocada no tempo do advento. Sabe por que? Essa festa nos diz que Deus
preparou Maria, antes de nascer, para a missão que ela teria de ser mãe,
educadora e discípula de Jesus, como também a nossa irmã na fé e mãe da
comunidade cristã. Essa ideia que Deus nos chama para uma missão, bem antes do
nascimento, já está presente na vocação do profeta Isaías (Is 1,5). Você se
lembra da música que diz: “antes que eu te formasse dentro do seio de tua mãe.
Antes que tu nasceste, te conhecia e te consagrei”?
Maria recebe um dom especial de Deus, que a faz mais
inteira, integrada, capaz de responder mais intensamente aos apelos de Deus na
sua vida. Isso não retira dela a característica humana, pois ela tem que fazer
opções e renovar seu sim no correr da vida, muitas vezes. Passa por crises de
crescimento na fé, como no momento da perda do menino no templo, e diante da
cruz. Mas ela se mantém sempre no caminho de Deus, sem desvios. Por isso, ao
olhar para Maria imaculada, reconhecemos que nela já se realiza o projeto
original de Deus para toda a humanidade. Diferente de Maria, somos pecadores.
Mas a graça é a vencedora. Assim, com São Paulo, proclamamos na esperança:
“Deus nos escolheu em Cristo, antes de criar o mundo, para que sejamos santos e
sem defeito, diante dele, no amor. Ele nos predestinou para sermos, seus filhos
adotivos, por meio de Jesus Cristo, que sejamos santos, sem mancha (Ef 1,4-5)”
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